SE SOMOS HUMANOS, POR QUE HUMANIZAR A SAÚDE?
Por: José Mateus Costa
Em 2003 o Ministério da
Saúde (MS), instituiu a Política Nacional de Humanização, mais conhecido como
HumanizaSUS. A estratégia tinha como objetivo colocara em pratica o princípio da transversalidade,
utilizando todas as ferramentas e dispositivos para consolidar suas redes,
vínculos e a coresponsabilização de todos aqueles que participam da
assistência. Busca articular estratégias para uma atenção integral, resolutiva
e de forma humanizada.
Para humanizar o
sistema de saúde é necessário inserir usuários, profissionais e gestores no
processo gestão e cuidado. Com isso o paciente também é responsável pelo seu
processo de cuidado, sendo aliado na criação de estratégias de saúde que venham
melhorar seu atendimento. Construir de forma coletiva e compartilhada, as
mudanças necessárias, para que os trabalhadores possam se reinventar em seu
processo de trabalho, passa a ser um processo mais que essencial.
As políticas
estabelecidas em 2003, partem de princípios e diretrizes que norteiam sua
execução. Estas baseiam-se em orientações éticas e políticas, que vão além de
observar o indivíduo apenas como um ser biológico, mas que também reconheçam
seus direitos e deveres nos processos que dizem respeito a sua saúde.
Existem três princípios
que norteiam essa política, sendo estas:
1º
- Transversalidade: Neste princípio o profissional da saúde
deve considerar todas as vivencias do paciente, e não somente seu conhecimento
técnico cientifico.
2º
- Indissociabilidade Entre Atenção e Gestão: São autores
destes processos, usuários, gestores, e profissionais. Neste todos participam
de um processo de comunicação continua, que tem por objetivo promover a saúde,
de modo que sejam capazes de alcançar mudanças.
3º
– Protagonismo, Corresponsabilização Dos Sujeitos Coletivos: Favorecer a participação de todos os envolvidos,
valorizando a atuação individual de cada cidadão, permitindo não só a presença
em momentos decisivos das unidades de saúde, mas também permitindo a real participação
desses sujeitos
Há também as diretrizes,
que dizem:
1º
- Acolhimento: essa é uma diretriz independente, isto
porque, não importa o estabelecimento de saúde que se esteja atuando, o
acolhimento será umas das primeiras ações a ser tomada. Trata-se de uma postura ética que implica em
escutar o usuário, reconhecer seu protagonismo, a responsabilização pela
resolução do seu problema, a ativação das redes de compartilhamento de saberes.
2º
- Gestação Participativa e Cogestação: É necessário a participação
de todos os envolvidos no processo de melhora do paciente. Devem ser buscadas
alternativas que possibilitem uma participação de forma justa e garantas os
direitos baseados na equidade.
3º
- Ambiência – em saúde é compreende o espaço físico,
social, profissional, interpessoais, que devam estar em sintonia com o projeto
voltado para a atenção acolhedora resolutiva e humana. Esta tem três dizeres
que norteiam sua execução: Confortabilidade; ferramentas facilitadoras do
processo de trabalho; encontro entre sujeitos.
4º
- Clinica Ampliada e Compartilhada: Neste contexto o
usuário do sistema é colocado como centro de todo o processo.
5º
- Valorização do Trabalhador: Isto é possível a
partir do diálogo com a comunidade, onde se analisa os problemas que ali são
enfrentados, realizando um pactuação com os gestores e com o grupo de
trabalhadores sobre como as ações devem ser realizadas.
6º
- Defesa dos Direitos dos Usuários: Os
usuários tem seus direitos garantidos por lei. Eles tem direito inclusive em
escolher não realizar o tratamento, ou conhecer qual medicação está tomando,
quais seus efeitos adversos, e as ações envolvidas.
"O cuidado humanizado implica, por parte
do cuidador, a compreensão do significado da vida, a capacidade de perceber e
compreender a si mesmo e ao outro, situado no mundo e sujeito de sua própria
história". Humanizar é
afirmar o humano na ação e isso significa cuidado porque só o ser humano é
capaz de cuidar no sentido integral, ou seja, de forma natural e, ao mesmo
tempo, consciente, conjugando desta forma os componentes racionais e sensíveis.
Arte de: @d_lart25
Arte de: @d_lart25
REFERENCIAS
BARROS, F.; PESSATTI, M.; MASSARO, A.
Ambiência: humanização dos “territórios” de encontros do SUS. Formação
de Apoiadores para a Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção à
Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, p. 31, 2006.
BRASIL; BRASIL. Gestão participativa e
cogestão. 2009.
BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Política
Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS–ParticipaSUS. 2009.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Clínica ampliada e
compartilhada. 2009.
Pessini L, Bertachini L,organizadores.
Humanização e cuidados paliativos. São Paulo: Centro Universitário São
Camilo/Edições Loyola; 2004.
Comentários
Postar um comentário