AUTISMO (TEA): CAUSAS DO TRANSTORNO DO ESPETRO AUTISTA - Parte 1


Por: Tailândia Oliveira  

As causas do transtorno do espetro autista (TEA) são multifatoriais, ou seja, pode ser causado por fatores genéticos, epigenéticos e ambientais, sendo importante conhece-los para o melhor desenvolvimento de medidas preventivas para o tratamento (NASCIMENTO et al., 2018).  
Segundo Nascimento et al (2018), 2% das causas do (TEA) estão associados a anormalidades cromossômica, 3% a causas ambientais, 5% a doenças monogênicas, 10% a micro duplicações e micro deleções, e 80% são causadas por causas multifatoriais e epigenéticas.
Kerche-silva et al (2020), acredita que os mecanismos epigenéticos trabalhem em interação com os fatores genéticos e ambientais. Estudos desse gênero estão possibilitando trazer um melhor entendimento a respeito das desordens complexas, sendo o autismo uma delas.
Em 1998, foram publicados os primeiros dados a respeito de certas regiões cromossômicas à doença. Os resultados que mais tiveram destaque em um grupo de 56 pares de irmãos do Reino Unido foram os da ligação dos marcadores D7S530 e D7S684 da região 7q com um valor máximo de LOD multiponto de 3,55, em um grupo de 56 pares de irmãos no Reino Unido. O gene SPCH1, associado a um distúrbio específico do desenvolvimento da fala e da linguagem (SDDSL), que afeta a linguagem expressiva, também estava localizado nessa região, na posição 7q31. Em outros estudos também foi encontrado duplicação no 7q31 em um homem de 13 anos com síndrome de Tourette e atraso no desenvolvimento da linguagem. Essas similaridades encontradas com relação aos distúrbios de linguagem implicam que o locus no cromossomo 7 colaboram com no mínimo um aspecto do fenotípico do autismo (ALISON MCINNES, 2002).
A respeito dos fatores ambientais, atrelados à influência materna, percebeu-se uma relação entre a ingestão de álcool, drogas, antibiótico e outros tipos de entorpecentes, além carência nutricional, infecções, hormônios e exposição a metais pesados durante a gestação.  A existência de qualquer transtorno psiquiátrico materno e a idade avançada dos progenitores também estão ligados ao maior risco de autismo (NASCIMENTO et al., 2018).
A ativação imunológica aguda dos anticorpos maternos, causada por infecções maternas durante a gestação em períodos específicos, pode vir a ser um contribuinte para o aumento dos riscos de perturbações do espectro autista (PEA). A várias pesquisas que também relacionam PEA com infecções bacterianas e parasitarias, como por exemplo, sífilis, herpes, toxoplasmose, varicela e citomegalovírus. Alguns estudos abordam a elevação no líquido amniótico de citocinas pro-inflamatórias de mães com filhos que são portadores da TEA, consistindo assim com a ideia do aumento da atividade imunológica (KERCHE-SILVA et al., 2020).   

REFERENCIAS

ALISON MCINNES, L. Uma revisão da genética do autismo. Rev. Asoc. Esp. Neuropsiq. Madrid, n. 84, p. 13-24 de dezembro 2002. Disponível em <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0211-57352002000400002&lng=es&nrm=iso>. acessado em 02 jul. 2020.

NASCIMENTO, Ana Claudia Elias et al. Influências biológicas e ambientais do transtorno do espectro autista e suas repercussões psicossociais. CIPEEX, v. 2, p. 1063-1073, 2018. Disponível em: http://45.4.96.34/index.php/CIPEEX/article/view/2882/1372 . Acesso em: 05 de jul de 2020.  

KERCHE-SILVA, Leandra Ernst; CAMPAROTO, Marjori Leiva; RODRIGUES, Felipe Viegas. AS ALTERAÇÕES GENÉTICAS E A NEUROFISIOLOGIA DO AUTISMO. SaBios-Revista de Saúde e Biologia, v. 15, n. 1, p. 40-56, 2020. Disponível em: http://revista2.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios2/article/view/2932/1123#. Acesso em: 05 de Jul de 2020.


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