JUNHO VIOLETA - VIOLÊNCIA FÍSICA


Por: Stephanie Oliveria Silva 

Em detrimento da campanha Junho Violeta, mês de combate a violência contra o idoso, alguns debates e informações devem ser prestadas para o máximo de pessoas possíveis, muitos casos de violência podem estar acontecendo a nossa volta, dessa forma, como cidadãos temos como dever defender a vida e fazermos nossa parte contra esses atos configurados como crime e um grande problema de saúde pública.

Primeiramente vale salientar que existe algumas classificações para as violências sofridas por idosos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em consonância internacional, com todos os países que fazem parte da Rede Internacional de Prevenção Contra Maus-Tratos em Idosos, são divididos desta forma:
·       Maus-tratos ou abuso físicos;
·       Maus-tratos ou abuso psicológico.
Hoje em especifico vamos falar da violência física, quais são suas causas, agravos, sinais e consequências provenientes. O conceito de violência física é vasto, porém Oliveira (2020), explica-a como agressões corporais, também chamada de violência doméstica, das quais o agressor utiliza da força física, provocando machucados, lacerações, lesões no geral que podem causar incapacidade física, sofrimento, dor e em alguns casos o óbito.
Muitas literaturas vêm registrando ao passar dos anos um aumento no número de casos de violência, o que deve gerar uma atenção extra voltada a esse tema trazendo à tona medidas de proteção ao público vítima de tais abusos. Em resumo pode-se observar altos números de casos notificados pelo Centro de Denúncias dos Direitos Humanos (Disque 100).
Em 2003, quatro em cada cem  idosos  recebem  agressões,  sofrem  traumas,  têm  lesões  e  em  decorrência, morrem, em 2011 o número exato é de 8.224 por mês, em 2015 nota-se um grande aumento 62.563 e em 2018 são 37.454 por mês sendo 12% destes casos de violência física, dos quais:
O  balanço  de  2018  do  Disque  100  aponta,  ainda,  que  52,9%  dos  casos  de  violações contra pessoas idosas foram cometidos pelos filhos, seguidos de netos ( 7,8%), sendo  o local com maior evidência de violação  a residência da vítima (85,6%). As pessoas mais violadas são mulheres, com 62,6% dos casos, e homens com 32%, sendo da faixa etária de 71 a 80 anos com 33%, e de 61 a 70 anos com 29% (BRASIL, 2019).

 A negligencia, hostilização, interesses financeiros, podem ser origem das agressões como também problemas familiares, choque de gerações, problemas de espaço doméstico. Sendo a causa principal a resistência do idoso ao ser solicitado algo que não o mesmo não quer fazer, sendo assim pode haver um grande atrito e ter como resposta a agressão e a imposição de que o idoso faça algo contra a própria vontade, dentre outras inúmeras situações problemáticas que retiram o direito de liberdade da pessoa idosa e ferem diretamente os direitos humanos.
Essas pessoas, podem estar vivendo á base de chantagens e ameaças, o que impede que falem com alguém de confiança sobre o que está acontecendo, sendo ainda mais difícil falar com autoridades competentes emitindo denúncias principalmente pelo medo e situação de refém. Portanto é extremamente necessário que os familiares, amigos, vizinhos, profissionais da saúde, que não compactuam com esses abusos estejam alertas aos sinais.
Sinais esses, manifestados tanto fisicamente, como na maneira como aquele idoso se porta diante do possível agressor, o receio visível em falar, posicionamento retraído e tristeza. Alguns dos sinais físicos visíveis são:
·      Lesões em regiões escondidas do corpo;
·      Queimaduras com cigarros;
·      Cortes, arranhões, luxações, lacerações;
·      Feridas, feridas infectadas;
·      Fraturas ósseas, fraturas inexplicáveis;
·      Hematomas na pele;
·      A perda de peso sem motivo evidente;
·      Alterações inesperadas de comportamento;
·      Relato de excesso de medicamentos ingeridos pela vítima;
·      Lentes ou armações de óculos quebradas;
·      Sinais de corda na região do pulso indicando ter sido amarrado.
Vale considerar a fragilidade física dos idosos que muitas vezes podem apresentar agravantes como doenças ou complicações das mesmas e até mesmo a morte. Além dos problemas psicológicos acarretados, como depressão e estresse pós-traumatico, dos problemas motores, cognitivos, diminuição da qualidade de vida e aumento de taxas de mortalidade.
Atualmente grande parte da população é idosa, por conseguinte é de suma importância o foco nas medidas de proteção a essas pessoas, delegacias especializadas, informação, acompanhamento rigoroso da equipe de saúde bem como o trabalho essencial da assistência social. Além do vigor do estatuto de idoso, tem-se alguns avanços notórios como a notificação compulsória para estes casos, assim como crescimento de estudos na área e a reflexão de extensões a comunidade.

REFERENCIAS:

ALARCON, Miriam Fernanda Sanches et al. PERCEPÇÃO DO IDOSO ACERCA DA VIOLÊNCIA VIVIDA. Revista Baiana de Enfermagem‏, v. 34, 2020. Disponível em: <https://cienciasmedicasbiologicas.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/34825/20900> Acesso em: 17 jun 2020
TEIXEIRA, Débora Pires; DE JESUS, Rose Soares; FARIAS, Rita de Cássia Pereira. Cobertura jornalística sobre violência e a pessoa idosa: o caso do Cidade Alerta. Oikos: Família e Sociedade em Debate, v. 31, n. 1, p. 143-163, 2020. Disponível em:  <https://periodicos.ufv.br/oikos/article/view/9794/5670> Acesso em: 17 jun 2020
OLIVEIRA, Victor Manoel Souza. A EFICÁCIA DO ESTATUTO DO IDOSO NOS ASPECTOS PENAIS. 2020. Disponível em: <http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8853/1/paper%202%20PERIODO%20LUCIANO%20DO%20VALE.pdf> Acesso em: 17 jun 2020
FERREIRA, Debora Carvalho. Metodologia ultilizada pelo assistente social no atendimento público a pessoa idosa vítima de violência física e psicológica em Vilhena/RO. 2019. Disponível em: <http://biblioteca.fama-ro.com.br:8080/bitstream/123456789/62/1/MONOGR%c3%81FIA%20D%c3%89BORA.pdf> Acesso em: 17 jun 2020


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