ENFERMAGEM COMO CIÊNCIA DO CUIDADO

Por: José Mateus Costa

Segundo Leiniger a enfermagem é a essência e o foco central de uma disciplina acadêmica e de uma profissão, de maneira que se completa e distingue a outras áreas do conhecimento. Para Watson, a enfermagem é a ciência e a filosofia do cuidado. Mesmo compartilhando de procedimentos comuns a outros profissionais da saúde, o processo de cuidar e tratar as pessoas é inerente ao enfermeiro(a), desta forma, diferencia se no gerenciamento ao cuidado do paciente. 

Os processos de enfermagem exigem além de um saber clinico uma habilidade de desenvolver “sensibilidade para administrar os aspectos técnicos e não técnicos da terapia do paciente, juntamente com uma judiciosa combinação de conhecimentos psicológicos, fisiológicos, culturais e sociológicos sobre o processo de cuidado e de tratamento”.

Em sentido genérico, o cuidado é um fenômeno abstrato e/ou manifesto (concreto) e se refere aos atos, às experiências e às ideias dirigidas a indivíduos ou grupos com necessidades evidentes ou potenciais. Tem como objetivo último ajudar, oferecer suporte, facilitar, possibilitar ou permitir o desenvolvimento ou restabelecimento do estado de saúde, da condição humana, do estilo de vida ou o enfrentamento da morte (Melo. 2016).

O saber se enfermagem é marcado em três momentos: o primeiro enfatiza o modelo de assistência funcional, caracterizado como uma centralização tecnológica descrita por Taylor. O segundo é evidenciado pela busca de aplicação dos princípios científicos da enfermagem. A profissão fundamenta-se nos pressupostos dos conhecimentos biológicos e da administração.

As teorias de enfermagem dão a base teórica para a elaboração do conhecimento e das práticas de enfermagem, elaborando conceitos com a abertura e incorporação de paradigmas de outras ciências.

Hoje, o currículo de enfermagem prevê e oportuniza a iniciação científica do aluno de graduação, ainda em períodos iniciais de sua formação, entrando em contato com métodos e estratégias de investigação, podendo vivenciar a experiência de conviver com pesquisadores e orientadores, cultivando, assim, o espírito científico, a criação, a descoberta, o partilhar de saberes. Essa estratégia de formação não só possibilita o aprendizado dos passos do processo de pesquisa, mas proporciona a formação de uma nova geração de enfermeiros que, além de realizarem os primeiros ensaios da pesquisa, adotem uma postura de incorporação dos métodos científicos para a elaboração de conceitos, idéias, formulação de questionamentos, uma postura crítica de produção e consumo do conhecimento adquirido e tenham abertura e interesse na incorporação e aplicação, na prática, dos resultados das pesquisas realizadas.

REFERENCIAS

PIRES, Denise Elvira Pires de. Transformações necessárias para o avanço da Enfermagem como ciência do cuidar. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 66, n. SPE, p. 39-44, 2013.

SERVO, Maria Lúcia S.; OLIVEIRA, Marluce AN. A pesquisa e o enfermeiro com qualidade formal e qualidade política: caminho para a consolidação da enfermagem como ciência. Sitientibus, v. 33, n. 2, p. 11-21, 2005.

MELO, Lucas Pereira de. Enfermagem como uma ciência humana centrada no cuidado. REME rev. min. enferm, 2016.